apresentação

Desde 2003 o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) vem sendo realizado com participação ativa e ampla de instituições de ensino, pesquisa e extensão e organizações da sociedade civil, movimentos sociais, redes e coletivos atuantes em múltiplas temáticas. Este ano, o CBA completa 20 anos de existência. Inicialmente pensado como espaço de valorização da Agroecologia como ciência, o CBA vem se constituindo como um potente  espaço dialógico para as trocas de  saberes, conhecimentos e práticas, construído por todos, todas e todes que constroem a agroecologia no Brasil e no mundo. O CBA é  também o principal evento acadêmico e científico de agroecologia da América Latina em número de inscrições de partícipes, mas também em número, em submissões de trabalhos e experiências que são apresentados em diferentes modalidades. Em essência, o CBA é catalisador de processos participativos e de amplo diálogo entre sociedade civil organizada, academia e poder público, em torno deste tema altamente estratégico. 
Território do Congresso – Juazeiro (BA)

O 13° Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) acontece às margens do Velho Chico e vai se banhar de toda potência e resiliência do Semiárido e de toda a diversidade e alegria da Bahia. O campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA), será o ponto de encontro do movimento agroecológico, e de reflexão sobre agroecologia, convivência com os territórios e a justiça climática.

juazeiro (BA)

Juazeiro está situada no norte da Bahia e no coração do Semiárido Brasileiro. Ààs margens do Rio São Francisco, o município faz divisa com o Estado de Pernambuco, tendo Petrolina como cidade vizinhairmã.  O nome da cidade foi criado devido ao grande número de Juazeiros (Ziziphus joazeiro), árvore típica do bioma Caatinga, que margeava a cidade. Pés de Juazeiro ofereciam sombra para o descanso dos tropeiros antes de seguirem viagem para outros lugares. Graças ao Rio São Francisco, Velho Chico, ou Opará no tupi-guarani, Juazeiro é conhecida e reconhecida nacionalmente.

Mas é também neste ambiente rico que há extremos no campo e uma conjuntura de disputas pelas terras, águas e Caatingas. Em Juazeiro e nos municípios circunvizinhos há paradigmas entre as grandes áreas irrigadas e as unidades familiares de sequeiro; ações de Recaatingamento e AgroCaatinga em detrimento do desmatamento para implantação de parques eólicos, solares e grilagem de terras.

Se de um lado a agroecologia desponta como forma de vida que assegura bem viver, alimentos limpos, segurança alimentar e nutricional, fartura e diversidade para milhares de famílias do campo e da cidade; do outro lado os investimentos na fruticultura irrigada, onde monocultivos, uso de pacotes tecnológicos e indiscriminado de veneno são defendidos e propagados. 

Agroecologia pulsante

Nesta terra de povo resiliente, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, indígenas, quilombolas e povos tradicionais de Fundo de Pasto aprendem desde cedo que conviver com a Caatinga e com o clima semiárido é a forma mais sustentável de garantir vida, fartura e abundância.

O povo aprendeu que a Caatinga vale mais em pé, que é preciso guardar água para assegurar alimentos nos períodos de estiagem, que com o acesso a direitos por meio de políticas públicas, e da implantação de tecnologias sociais foi possível quebrar o paradigma de combate à seca e a visão deturpada de lugar pobre e seco.

A partir do trabalho social de base e a força dos movimentos sociais e ao aporte de políticas e programas governamentais, o Semiárido baiano é um celeiro de boas práticas e de inovações no campo agroecológico e orgânico. E neste cenário de luz e de fartura, Juazeiro reúne experiências de vanguarda no saneamento básico rural, Recaatingamento, segurança hídrica e certificação orgânica participativa. O orgulho de ser caatingueiro, de ser comunidade Tradicional de Fundo de Pasto, de ser nordestino é marca do povo deste lugar!

 

No arredor do CBA

O Campus da Univasf de Juazeiro receberá as caravanas do 13° CBA, mas é Juazeiro quem abraça e saúda os congressistas e visitantes. A localização centralizada da Universidade permite o acesso fácil a pontos turísticos e históricos importantes do município. 

Conheça alguns deles:

Centro de Cultura João Gilberto

O Centro de Cultura João Gilberto foi inaugurado em 1986 como parte do projeto de construção dos centros culturais do interior da Bahia. O nome é uma homenagem ao filho da terra e pai da Bossa Nova, João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, mais conhecido como João Gilberto. Cantor, violonista e compositor foi considerado um artista genial ao revolucionar a música brasileira quando criou uma nova batida de violão para tocar samba: a “Bossa Nova”.

  

Vila Bossa Nova

Centro gastronômico localizado na orla fluvial de Juazeiro. O espaço de turismo e lazer foi instalado no prédio da antiga Companhia de Navegação do São Francisco.

Vapor Saldanha Marinho

O Vapor Saldanha Marinho foi encomendado pelo imperador Dom Pedro II nos Estados Unidos. Com 28 metros de comprimento e capacidade para 12 tripulantes, o “Vaporzinho” foi o primeiro barco a vapor a navegar no Rio São Francisco a partir do final do século XIX. Sua rota entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) impulsionou o desenvolvimento econômico de Minas Gerais, Bahia e outros estados do Nordeste. A embarcação está exposta na Orla II de Juazeiro e funciona como Centro de Informações Turísticas.

Ponte Presidente Dutra

A ponte rodoferroviária Presidente Eurico Gaspar Dutra começou a ser planejada no final da década de 1940, e liga Petrolina (PE) a Juazeiro (BA), atravessando o Rio São Francisco. Com 801 metros de extensão, a ponte foi a segunda no país a utilizar concreto protendido, tecnologia que utiliza volume menor de concreto, reduzindo o peso da estrutura e consegue ser implementada em terrenos mais difíceis, como um rio.

Ilha do Fogo

A Ilha do Fogo é uma propriedade da União, com área de 39.272,54 m², localizada no Rio São Francisco, entre as cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Sobre ela passa a ponte Presidente Dutra. A ilha apresenta uma beleza natural própria, oportunizada pelo verde de sua vegetação e o azul claro das águas do Rio.