O Grupo de Trabalho Indígena (GTI) da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizou um encontro preparatório para o 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) entre os dias 19 e 21 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

O encontro ocorreu no Raízes do Brasil, um espaço acolhedor gerido pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e teve como objetivos a mobilização, a realização de debates sobre pautas importantes e a organização do GTI, visando a participação indígena no CBA, que acontece dos dias 20 a 23 de novembro, também na cidade do Rio.

Foram três dias de trocas e diálogos enriquecedores, momentos em que foram destacadas as experiências etnoagroecológicas compartilhadas, as visitas coletivas e o forte protagonismo dos representantes indígenas e seus territórios.

Além de representantes indígenas de várias regiões, territórios e biomas, estiveram presentes representantes do Ministério dos Povos Indígenas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, e da comissão organizadora do 12º CBA.

Bate-papo sobre culturas indígenas e agroecologia

Durante a programação do evento, foi realizada uma dinâmica e parceria entre os presentes, em que a agroecologia e a contribuição e o protagonismo dos povos indígenas no debate foram norteadores das construções conjuntas realizadas.

Os participantes tiveram a chance de caminhar pelo circuito do CBA, que acontecerá nas dependências da Fundição Progresso e territórios adjacentes. Espaços como Cine Odeon, Arcos da Lapa, Passeio Público irão compor o território do Congresso, e há a expectativa de 5 mil participantes durante o Congresso. Além disso, o grupo que participou do encontro também visitou territórios indígenas na cidade.

O 12º CBA será o primeiro grande encontro agroecológico pós-pandemia, sendo, inclusive, uma retomada política da pauta agroecológica no país. Também, é a primeira vez que o CBA dialoga e constrói coletivamente o evento com protagonismo e atuação dos povos indígenas.

O GTI segue em diálogo e articulação constantes na construção do Congresso, levantando pautas específicas, trazendo a diversidade de experiências da agricultura, saberes e manejos ancestrais, organizando a ida dos grupos para o Congresso e contribuindo para a construção de caminhos, diálogos e parcerias em que as experiências e as vivências indígenas sejam não só visibilizadas, mas incluídas como componentes fundamentais da política e dos movimentos agroecológicos no país.

Participação indígena é um marco na história do 12º CBA

Nas palavras de Neiriel, membro do GTI: “Foi um momento de troca, de diálogo, de se pensar a nossa participação em eventos onde sejamos protagonistas. Nós, como GT Indígena da Articulação Nacional de Agroecologia, estamos construindo esse caminho. Seguimos coordenando, executando, de acordo com as nossas realidades, dos nossos territórios, é um marco na história do CBA. É a primeira vez que contamos com a participação de um GT Indígena para discutir as pautas, de acordo com a nossa realidade. Estamos em outro momento de diálogo com a agroecologia, construindo a partir de nossas visões. Os territórios indígenas são imemorialmente agroecológicos.”

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