Grupos conheceram a região portuária do Rio de Janeiro (RJ), além de comunidades agroecológicas nas zonas Oeste e Norte da cidade; leia os relatos dessas viagens e inspire-se para estar nas próximas!

Vivências Territoriais pós-CBA
Grupo do primeiro dia de passeio caminhou pela região da Pequena África, no Centro e região portuária da cidade do Rio

Quem veio para o 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) e ficou mais um tempo na cidade do Rio pôde participar das vivências do turismo de base comunitária em diferentes territórios, entre os dias 24 e 26 de novembro.

Promovidas pela organização do Congresso e com o protagonismo de quem constrói a agroecologia nas comunidades, as Vivências Territoriais pós-CBA ofereceram passeios cuidadosamente planejados que mostraram a força e diversidade da agroecologia praticada no Rio de Janeiro.

O objetivo foi promover um intercâmbio entre as/os participantes, destacando o protagonismo dos territórios e dos coletivos que as/os representam, gerando renda com respeito à natureza, à cultura e ao modo de vida local. 

Cultura alimentar, sistemas agroflorestais, biodiversidade, luta por moradia, plantas medicinais… Foram muitos os fios que conectam as práticas e saberes na oportunidade de conhecer e aprender com as comunidades. Leia abaixo um relato sobre cada uma das Vivências Territoriais.

Passeios começaram pelo Circuito da Herança Africana, na região portuária da cidade do Rio

Promovido em parceria com o Instituto Pretos Novos, o Circuito da Herança Africana, na região portuária da cidade do Rio de Janeiro, foi a primeira Vivência Territorial, que ocorreu na manhã de sexta-feira, dia 24 de novembro.

O grupo foi recebido pelo guia Alexandre Cassiano no Largo da Prainha. O passeio-aula iniciou-se ao lado da escultura de Mercedes Baptista (1921-2014), a primeira bailarina negra do Theatro Municipal, e inventora do balé afro-bra­sileiro.  

Participantes seguiram o circuito passando pela Pedra do Sal, local das famosas pedras do Quebra-Bunda e da Prainha, sendo que esta possui uma escadaria esculpida por pessoas escravizadas que viveram na região, conhecida como Pequena África. 

Também estiveram pelo Morro da Conceição, pelo Jardim Suspenso do Valongo, pela Praça dos Estivadores e pelas Docas de D. Pedro II. No Cais do Valongo, o grupo pode ter um momento de reflexão junto ao baobá, a árvore da vida, que foi plantada há aproximadamente 14 anos, em frente ao sítio arqueológico redescoberto nas obras de revitalização do Cais em 2011.

Alexandre ainda guiou o grupo pelo local-símbolo da Revolta da Vacina, e finalizou o roteiro no Cemitério dos Pretos Novos, onde está localizada a sede do Instituto Pretos Novos.

No segundo dia, teve visita a um quilombo na Zona Oeste do Rio

Vivências Territoriais pós-CBA
No Quilombo Cafundá Astrogilda, visitantes puderam conhecer a paisagem local, de mata preservada

No dia 25, o grupo de participantes das Vivências Territoriais esteve no Quilombo Cafundá Astrogilda, localizado em Vargem Grande, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

O grupo foi recebido por Ivani Rosa, Paulinho Martins e Adilson Mesquita Junior, que conduziram a vivência. Logo depois da chegada ao Quilombo, o dia começou com uma caminhada para conhecer a paisagem e a história do local, incluindo um bate-papo que falou sobre os desafios e transformações surgidos a partir da implementação do Parque Estadual da Pedra Branca, em 1974.

Vivências Territoriais pós-CBA

No ecomuseu, o grupo desfrutou de um delicioso café da manhã preparado por Simone Veloso, e conheceu o santuário do Pai Tertuliano. Após um revigorante banho de cachoeira, as/os visitantes encaminharam-se para o Cantinho do Sossego, em que puderam conhecer várias plantas ornamentais e medicinais, além de apreciar um almoço generosamente preparado por Tati Mesquita, uma das mestras que esteve presente na Cozinha das Tradições deste 12º CBA.

Em seguida, no Quintal do Monan, participaram de uma oficina sobre ervas medicinais, conduzida pela benzedeira Dona Maria Lucia. O dia foi encerrado com muito axé, e as/os participantes agradecidas/os pelas memórias e partilhas do território.

Terceiro dia foi com passeio na Zona Norte da cidade do Rio 

Vivências Territoriais pós-CBA

O grupo que passeou no domingo, dia 26, foi recebido de manhã pelas lideranças comunitárias Ana Santos e Vilson Luiz no Parque Ary Barroso, uma Unidade de Conservação situada na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). 

Vilson, que é também gestor do parque, contou sobre a história da unidade de conservação, os desafios enfrentados e estratégias implementadas para qualificar o local para receber moradores e visitantes, retomando a sua história.

O grupo seguiu então para a Terra Prometida, uma das comunidades do Complexo da Penha, localizada na Área de Proteção Ambiental e de Recuperação Urbana (APARU) da Serra da Misericórdia. Assim que chegou ao Centro de Integração na Serra da Misericórdia (CEM), o grupo foi recebido com um café agroecológico servido com muito afeto e partilhas. 

Lá, a equipe do CEM contou sobre as ações conduzidas na Escola Popular, e os desafios de promover agroecologia, soberania e segurança alimentar na favela. Visitantes conheceram a produção agroecológica do coletivo, a Casa de Apoio, e também viram de perto alguns dos principais desafios do território, como as pedreiras, e também as principais potências: as tecnologias sociais, as redes de solidariedade e de trabalho coletivo.

Vivências Territoriais pós-CBA

O grupo ainda passou pela Vila Cruzeiro, pelas 4Bicas e chegou na Área de Proteção Ambiental (APA) da Igreja da Nossa Senhora da Penha. Ali, enquanto as pessoas admiravam a visão panorâmica de toda a cidade, Vilson fez uma contextualização histórica e cultural da região.

O dia de Vivências Territoriais foi encerrado com um almoço no restaurante Bela Vista, gerido por uma acolhedora família da comunidade da Caixa D’água.

As Vivências Territoriais oferecidas neste pós-CBA fazem parte das ações de Turismo de Base Comunitária (TBC) que estão sendo implementadas pelos territórios e instituições locais parceiras. Caso não tenha conseguido participar, siga as redes sociais das organizações parceiras nessa ação, porque em breve novas oportunidades vão surgir!

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